Um gestor condominial fala sobre a necessidade de não depender somente dessas cotas
A princípio, quando se fala em administração condominial, logo pensamos na gestão diária do condomínio. No entanto, existe um fator que pode ser decisivo para a saúde financeira do conjunto, o planejamento. Planejar, passa diretamente pela previsão de futuras situações que podem gerar transtornos ao síndico e aos moradores. Como por exemplo uma infiltração, um cano quebrado, ou um equipamento que para de funcionar repentinamente. Portanto, vamos entender a importância dos fundos de reserva e de obra no condomínio.
Nessas ocasiões, o síndico deve estar assegurado de seus deveres enquanto gestor. Por isso, é necessário que o condomínio possua fundos de reserva e de obras, a fim de sanar problemas imprevistos. Conversamos com um síndico profissional para comentar sobre a importância desses recursos e quais medidas mais importantes a serem tomadas. Mas, antes de tudo, o que são os fundos de reserva e de obras?
Fundo de reserva
O fundo de reserva vem como uma solução para cobrir despesas emergenciais como a manutenção de vazamentos, pequenos reparos, infiltrações, entre outras. É dever do síndico sempre averiguar se há dinheiro suficiente para cobrir problemas inesperados, bem como deixar explícito o destino do montante. O pagamento desse fundo pode variar entre imóveis, mas geralmente equivale a 10% do valor da taxa condominial.
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Fundo de obras
O fundo de obras, por sua vez, é uma cota criada por meio da Assembleia exclusivamente para determinada obra decidida entre a comunidade condômina. Por exemplo, haverá a manutenção de uma piscina a partir do próximo mês, o síndico deve apresentar no mínimo três orçamentos. Dessa forma, todos podem escolher o melhor. Assim, gerando um compromisso mensal do pagamento de uma taxa extra para a respectiva obra.
Para o fundo de obras não existem dilemas, já que essas cotas são decididas em assembleias reunindo toda a comunidade. Mas, e em relação ao fundo de reserva, como essa cota deve ser gerida?
A importância dos fundos de reserva e de obra no condomínio
De acordo com Fernando Cordeiro, gestor condominial, a melhor solução para imprevistos é a manutenção preventiva. Ele acredita que o fundo de reserva seja importante, no entanto, afirma que se a manutenção preventiva é ativa e organizada, a chance do condomínio necessitar de reparos emergenciais caem em aproximadamente 70%.
Ele ainda complementa dizendo que não teme por surpresas negativas: “Não tenho tido muitas surpresas, pois intensifiquei as vistorias semanais e estamos de olho em tudo”.
Fernando ainda explica que existem ferramentas que facilitam nas manutenções condominiais e tornam a gestão menos dependente do fundo de reserva:
“Nós temos um sistema, um aplicativo, que diariamente nos aponta o que precisa ser verificado nos condomínios, isso facilitou muito a nossa gestão pois nada passa despercebido.” frisou.
A importância da boa gestão
Para o gestor, o mais importante é estar atento a todos os sinais. Dessa forma, se for necessário utilizar o fundo de reserva para cada pequeno detalhe que surge dentro do condomínio, haverá confusão na administração. Portanto, ressaltando que o fundo de reserva deve ser usado em último caso, emergencialmente.
Quando perguntado se já precisou utilizar do fundo de reserva para controlar algum transtorno dentro do condomínio, ele comenta: “Eu ainda não tive essa experiência, pois acredito que quando o condomínio chega nesse nível, é porque a gestão já está falhando há tempos”.