Explosão populacional na temporada de verão pode trazer a tona vulnerabilidades dos residenciais da cidade

Primeiramente, estamos entrando em uma das mais promissoras temporadas de verão dos últimos tempos. Ainda mais, com o avanço da vacinação e flexibilização das normas contra a covid-19, o litoral pode contar com um fluxo populacional jamais visto.

Com o alargamento, a expectativa é que Balneário Camboriú receba um número ainda maior de turistas. Levando em consideração que a cidade tem cerca de 149 mil habitantes, de acordo com estimativas do IBGE de 2020, a sua população chega a quadruplicar em meio a temporada de verão.

A partir disso, conversamos com o consultor de segurança, o Coronel da Polícia Militar, Fernando José Luiz, para entender os desafios da segurança condominial em meio a temporada de verão. A segurança dos condomínios de Balneário Camboriú.

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Especialista no tema, o coronel rotineiramente se reúne com síndicos da região para traçar estratégias e prestar consultorias de segurança. Recentemente ele participou de uma roda de conversa promovida pela Asbalc para tratar justamente do tema da segurança no âmbito condominial com o acréscimo populacional gerado com o turismo.

Fernando comenta que para gerir um condomínio, é necessário pensar num todo. Portanto, independente se o condomínio está ou não com um volume populacional normal, o síndico deve conhecer o perfil do residencial.

Ou seja, tem que saber se existe a necessidade de recursos humanos para cuidar da segurança, ou aparelhos tecnológicos, como é o caso das câmeras e das portarias eletrônicas. 

Auxilio da tecnologia

É importante o posicionamento correto das câmeras. Controle de acessos. A tecnologia permite muitas ferramentas, muitas funcionalidades, que vão proporcionar proteção. Isso é importante para condomínios com rotação maior de pessoas.”

Contudo, o consultor ainda fala que prezar pela segurança do condomínio é um dever de todos. Nesse sentido, ele cita um exemplo prático que acontece rotineiramente nos condomínios. O morador passa pela porta, entra e a deixa entreaberta. Em seguida, entra alguém desconhecido.

“O que custa passar e fechar certinho? Quanto custa? Custa nada. É apenas entendimento do condômino” pontua.

Então, na opinião do Coronel, as pessoas vêm à cidade para passar algumas semanas, agem muitas vezes de forma displicente. Desse modo, deixando de lado medidas básicas de segurança, como verificar se a porta está fechada. Por exemplo, por não fazer parte do dia a dia do condomínio, e não estar por dentro das decisões grupais, esse inquilino acaba por colocar em xeque toda a organização do conjunto.

O que diz um síndico

Jacira Cecatto é síndica de um edifício em Balneário, e o que ela diz vai de encontro ao que aponta o consultor. No condomínio em que ela administra existem dois apartamentos que são alugados para a temporada. Segundo ela: 

“Isso deixa o condomínio mais vulnerável. Quem vem pra passar uma semana, alguns dias, não está preocupado com a segurança dos moradores. Embora a gente faça um trabalho aqui com os proprietários, para saberem das regras básicas.”

Ainda sobre o exemplo prático utilizado pelo Coronel Fernando, ela conclui:

“No portão da garagem tem um aviso explicando que tem que aguardar o portão fechar, mas a maioria não aguarda, entra, deixa o portão fechar sozinho e também na questão das portas de entrada principal e de banhistas, eles deixam pessoas entrarem junto, que eles acham que são moradores, já que não conhecem ninguém”.

Dados da Secretaria de Segurança Pública

Enfim, o descuido pode trazer problemas para os condôminos. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de Santa Catarina, no primeiro semestre de 2021, Balneário contabilizou um número considerável de furtos e roubos. Segundo o órgão foram 2125 furtos e 203 roubos. Os dados são referentes a toda a cidade, mas, se considerarmos que grande fatia da população da cidade vive em condomínios, os dados acendem um alerta.

Por fim, o especialista ainda listou algumas sugestões para moradores se manterem e se sentirem mais seguros. “Quando for chamar um carro de aplicativo, chama dentro do condomínio, o carro chegou, você sai. Isso tudo é prevenção” pontua. Nesse sentido, os gestores têm papel importante na conscientização desse comportamento preventivo.

Confira a entrevista completa com o especialista!