Não é novidade que muitas profissões estão deixando de existir e outras muitas desaparecerão no futuro devido à automatização do trabalho. Segundo John Pugliano, autor americano, “Qualquer trabalho que seja rotineiro ou previsível, será feito por um algoritmo matemático dentro de cinco ou dez anos.”
Quando analisamos as tarefas que são executadas diariamente na gestão de um condomínio, percebemos que a grande maioria delas são repetitivas. Revisão de balancetes, análise de orçamentos, contratações de prestadores de serviços, treinamentos de equipe, vistorias, notificações e acompanhamento de obras são alguns exemplos do que poderia ser facilmente automatizado.
Isso deve servir como um alarme aos síndicos, um convite para repensarmos o nosso papel dentro dos condomínios. A função do síndico não irá desaparecer, entretanto, muitas das tarefas realizadas poderão ser automatizadas e teremos que aprender a demonstrar a qualidade e o valor do nosso trabalho com base na transformação que podemos gerar para os moradores.
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A grande vantagem de toda essa revolução tecnológica é que não haverá mais espaço para trabalhos amadores. O síndico ou as administradoras que não trabalham com processos claros, sistematizados e com transparência serão naturalmente eliminados do mercado.
Ao mesmo tempo, para quem segue em campo, as exigências aumentam e o síndico vai precisar se reinventar constantemente para atender às necessidades dos condomínios.
As áreas que têm a ver com o contato humano são insubstituíveis por algoritmos, ou seja, muito mais do que entregar uma gestão de excelência, o síndico do futuro precisa entender de pessoas. É importante focar nosso desenvolvimento profissional em habilidades menos técnicas e mais relacionadas à resolução de problemas e conflitos, negociação e criatividade.
Entender como as pessoas vivem e o que elas precisam é a chave para se destacar nesse mercado.O papel do síndico será cada vez menos operacional e cada vez mais focado em construir espaços que criam e fortalecem conexões entre as pessoas.
Precisamos estar atentos para os novos modelos de vida urbana, aliados com a tecnologia e preocupados em transformar condomínios em ambientes de convivência e bem-estar para todos.
Elisete Pacheco | Síndica Profissional e Diretora da Escola do Síndico