O carro elétrico já é uma realidade que vem se disseminando e claro, tornando-se uma nova preocupação para o condomínio, mas a pergunta que fica é: Os condomínios estão preparados para ela? A resposta é: Não.

Tenho sido muito procurado por condomínios que estão desesperados com o novo panorama e com o fato de um ponto de carregamento para carros mal instalado pode causar desde curto circuitos, até incêndio e perda de vidas.

Para que os pontos de carregamento automotivos sejam viáveis, deve ser elaborado um projeto sério levando em consideração aspectos técnicos, como dimensionamento do condomínio e carga energética utilizada, já que a carga energética de cada ponto desses equivale a um aparelho de ar condicionado de 36.000 BTUs aproximadamente.

Assim, ter apenas um carro elétrico não traz mudanças significativas, tampouco consequências ao condomínio. Essa potência não muda em nada o dimensionamento de entrada, no entanto, quando encaramos a nova realidade e pensamos que todo morador do condomínio é um potencial consumidor de carro elétrico o quadro é bem diferente.

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E como o condomínio pode se preparar para essa nova realidade?

Nas consultorias que presto em condomínios, tenho visto muitas ações individuais dos condôminos donos de carro elétrico e isso tem três aspectos importantes: 1) Se cada morador pensar somente no seu ponto de carregamento o condomínio terá um verdadeiro emaranhado de cabos pela sua garagem. 2) Curto circuitos e queda de energia, podendo ocasionar um “black out”. 3) De onde vem a energia desse ponto: Do relógio de medição individual ou da área comum?

Hoje para alguns condomínios esse assunto parece distante, mas provavelmente em 5 anos a realidade será outra. Tecnicamente falando é mais eficiente que se adote um projeto de preparação para esse tipo de instalação, montando uma estrutura básica que atenda a todos os moradores do seu ponto de medição até o automóvel, do que esperar que o problema surja. Outro ponto importante, pensando no “boom” tecnológico dos últimos anos é pensar em um projeto padrão, onde qualquer instalação elétrica siga diretrizes básicas, dessa forma, o condomínio não terá problemas nem precisará, intervir junto aos moradores cada vez que alguém adquirir um carro elétrico ou um equipamento de grande porte.

A viabilidade técnica de uma tomada parece ser simples, mas devido a sua amperagem é muito mais complicada. A tomada básica para o abastecimento automotivo deve seguir um rigoroso sistema de proteção contra surto (DPS) e contra choque (DR), além de, a sua localização ter que ser necessariamente em área comum, assim não podemos esquecer que por se tratar de um equipamento elétrico energizado a segurança é primordial.

Trabalhar esse futuro enquanto ele não se impõe, é mais do que pró atividade, é segurança e antecipação de problemas. Carros elétricos já são uma realidade, com o barateamento da tecnologia e manutenção e o preço dos combustíveis nas alturas, sua aquisição está acelerada. Sem contar que com a atual realidade, na qual o condomínio deixou de ser um simples teto e passou a ser refúgio, trabalho, academia, lazer e etc, exigindo que o síndico esteja sempre um passo à frente para evitar problemas e proporcionar vivências e experiências produtivas e prazerosas.

Marco Aurélio Souto
Diretor de operações e aplicações Max Eficiência Energética