Os edifícios são formados por elementos estruturais que constituem um esqueleto dentro da construção. As estruturas são constituídas com particularidades que remetem ao projeto de cada obra. No entanto, quando algo não sai como roteirizado, uma série de medidas devem ser tomadas para evitar grandes problemas. Como atua um patologista da engenharia civil.
Para tratar sobre o tema, convidamos Robson Seifert, engenheiro civil patologista, que traz detalhes sobre essas ações. Mas, antes, é necessário explicar o que é a patologia dentro da engenharia civil. A patologia estuda as manifestações patológicas nos edifícios, nada mais que isso. E assim como indicado em caso humano, a patologia, na engenharia, também faz alusão a ‘doenças’ enfrentadas pelas construções.
Contudo, como é constatado que um edifício está com um problema estrutural ou relacionado a fachada? Sobre essa checagem, Robson comenta:
“É uma análise que vai precisar ter todo um diagnóstico, um ensaio e uma vistoria pra formar esse diagnóstico conclusivo. Então basicamente a gente vai fazer uma vistoria, a gente vai constatar problemas, vai fazer uma série de ensaios e testes pra que a gente consiga constatar o que que tá acontecendo nessa fachada, se é um caso de uma remoção generalizada no revestimento ou se a gente conseguiria fazer alguns reparos pontuais nessa fachada.”
Como atua um patologista da engenharia civil
Em conversa com Mirian Rodrigues, para a CondTV, o especialista deixou claro que não se trata apenas de uma constatação visual. Vai muito além disso. Desse modo, utiliza-se de todas as ferramentas possíveis para analisar o que está causando o problema na construção.
No caso específico das fachadas, apetrechos como câmeras térmicas podem ser utilizadas para otimizar o processo de análise podendo identificar pontos de infiltração.
“Então a gente vai entender se é só no reboco, se é superficial ou não, se é na camada de chapisco ou se é lá atrás até na estrutura de concreto. Quando a gente tem esse diagnóstico a gente pode dar o prognóstico.” pontua o especialista.
Com o auxílio das tecnologias, a checagem e constatação de problemas estruturais acontecem de forma mais ágil.
“Vai descer o operador na cadeirinha ou por alpinismo vai fazer a marcação com fitas depois disso a gente vai fazer um levantamento e vai passar isso pro programa pro software a gente vai desenhar todas essas marcações e a partir dali a gente vai ter a mensuração do programa na fachada após a conclusão desses ensaios dessa parte da marcação a gente vai lá e remove as fitas fica no digital, fica salvo no programa e a partir dali a gente pode calcular tudo, montar uma planilha e partir pros orçamentos”
Processos
Quando se fala em construção civil, todos os processos devem ser respeitados. Até para assegurar que a construção não oferece riscos. No entanto, Robson cita um fator que é substancial para qualidade das construções, a pressa. O especialista comenta isso pelo fato de grandes construtoras enfrentarem curtos prazos de entrega.
Desse modo, acelerando todo o processo e deixando para trás etapas essenciais a qualquer edifício. Ele conta que essa pode ser a razão de cada vez mais incidência de problemas estruturais nas obras recém finalizadas.
“As obras aqui tem um ‘time’ muito acelerado de execução. Aí fica faltando fiscalização, pois o pessoal acelera muito o procedimento, não cuida das etapas, queima as etapas e aí ocorrem as falhas em pouquíssimo tempo. Em dois três anos já apresenta falhas.” conclui Robson.
Vale lembrar que, para uma obra de qualidade, devem ser respeitados integralmente todas as etapas, bem como os procedimentos. É isso que vai indicar a longevidade e qualidade da construção. Na conversa para a CondTV, Robson trouxe inúmeras dicas e comentou o passo a passo das recuperações estruturais. Acesse: Saiba como inspecionar FACHADAS e ESTRUTURAS dos edifícios.