O isolamento social está mudando a maneira dos síndicos administrarem os seus condomínios, através de uma gestão mais humanizada e pacificadora. Diante da situação atual que muitas pessoas estão em suas casas, essa realidade mudou o estado emocional de cada um.

Com isso surgem as opiniões divergentes sobre o cotidiano da vida em condomínio, onde os próprios advogados, num primeiro momento estavam divergindo com relação as restrições da circulação nos ambientes e áreas comuns.

Cada condomínio tem as suas peculiaridades, um grande, outro menor, um com muitos moradores, outro com poucos, e consequentemente cada síndico deve em conjunto com os seus condôminos, instituir a melhor forma de administrar a convivência desta comunidade.

Segundo a advogada e especialista em Mediação Condominial, Ana Luiza Pretel, “o condomínio é uma grande família de pessoas de diferentes opiniões e culturas e toda essa mudança com o isolamento trouxe transtornos para todos. Por isso o síndico precisa atuar como um mediador, apresentando, com base em regras, soluções criativas para o bom convívio no condomínio”. 

Novos cenários positivos surgiram com o isolamento social como por exemplo descobriu-se que os jovens podem ir comprar comida para os mais velhos. Que os idosos podem ser vacinados no condomínio, que as pessoas voltaram a olhar mais para o seu próximo, a se doar mais tanto em sentido material como através da bondade e paciência.

Uma nova realidade surgiu diante dos nossos olhos, que antes não víamos pois estávamos tão atarefados com compromissos diários. Para Ana Luiza “os síndicos podem aproveitar este momento para aplicar a Mediação e Conciliação Condominial na sua gestão, evitando que os conflitos cheguem aos tribunais”.

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O síndico pode usar técnicas de Mediação

O síndico, se for capacitado em técnicas de negociação e mediação, poderá e deverá usar técnicas da mediação para qualquer conflito.  Quando o assunto for a inadimplência, um dos problemas que já estão ocorrendo nos condomínios devido a pandemia.

“Temos que parar de falar que vamos pagar a taxa condominial, mas sim pagar o rateio das despesas, pois condomínio não dá lucro, ele se paga”, destacou Ana Pretel, lembrando que “a mediação pode ajudar a fazer uma projeção do atual cenário financeiro do condomínio e com isso possibilitar alternativas sobre os juros, multas, descontos e até saber quem está agindo de má fé ao falar que não poderá pagar as cotas condominiais”.

Para a Administradora e Síndica Profissional Doani Castro, especialista em Gestão Condominial pela empresa Consultorize de Brasília,

“com o isolamento social as taxas condominiais serão essenciais para o pagamento do gás, água, energia e outras despesas mensais da estrutura condominial, por isso a mediação neste momento será fundamental para diminuir os conflitos e os gastos com ações judiciais. E os advogados devem olhar para o condomínio não como para o concreto, mas como um local de convívio e laços afetivos”.

Os condôminos também precisam lembrar que viver em harmonia nesta época de crise é essencial até mesmo dignificar a vida. Para Ana Pretel a paz é um bem que todos almejam e valoriza o patrimônio comum, e até mesmo as construtoras investem nesse novo jeito de vender, valorizando mais os ambientes sociais e de lazer das edificações, agregando valor aos imóveis”.