Quando se fala em saúde e bem estar de moradores de um condomínio, vários temas podem ser pertinentes a serem discutidos. Desse modo, a presença de insetos e pragas pode gerar dor de cabeça em síndicos, zeladores e condôminos, literalmente.
Já parou para pensar que a falta de limpeza da caixa d’água, por exemplo, pode estar intrinsecamente ligada a problemas de saúde e relacionada a presença de pragas? Descaso com limpeza e dedetização pode gerar doenças.
Para entender um pouco sobre a importância de realizar a limpeza, análise e controle de pragas de todo o conjunto condominial, conversamos com Claudia Lopes, proprietária da dedetizadora Alexandre Lopes, em Balneário Camboriú. Responsável pela dedetização em alguns edifícios de Balneário, Claudia conta que esse problema pode ser mais frequente do que imaginamos.
Claudia, já no início da troca de ideias com Mirian Rodrigues para a CondTV, inicia fazendo uma dura crítica a gestores de condomínios e proprietários de imóveis. Segundo ela, as pessoas tratam o assunto com displicência. Assim, deixam de lado a necessidade de fazer uma vistoria preventiva, e prezam apenas pela corretiva, quando o problema e a causa já estão instalados no edifício.
As pessoas preferem remediar do que prevenir
Para a especialista, existe uma prática muito comum entre as pessoas em chamarem a dedetizadora apenas quando encontram alguma praga, ao invés de prevenir para não acontecer isso. Ela cita que, não adianta apenas chamar profissionais quando notam a presença de uma barata, pois, por ser um inseto que se reproduz rapidamente, em questão de meses pode haver uma infestação ali.
Levando em consideração a gravidade da presença de pragas nos edifícios por conta da ameaça a saúde das pessoas, Cláudia foi indagada de qual deve ser a periodicidade correta para inspeção. De acordo com ela:
“De seis em seis meses. É o ideal. A lei. É uma lei municipal, a 40/2019 aqui de Balneário Camboriú. Uma lei municipal que os condomínios, hotéis, lugares que abrangem mais pessoas, pousadas, hospitais e principalmente condomínios, onde moram muitas pessoas, são obrigados a fazerem vistorias de seis em seis meses”.
Falta de limpeza em caixas d’água e cisternas
Com 23 anos de atuação na região de Balneário Camboriú, Claudia conta que já viu de tudo em vistorias e análises. Outro ponto que chama a atenção, frisado por ela, é a falta de limpeza das cisternas, caixas d’água e equipamentos. Ela conta que esses locais podem esconder problemas sérios, que vão desde sujeiras até a presença de pragas.
“A cisterna mesmo não é vista. As pessoas são mais visuais, tipo: ah! eu vou entrar no hall e ver o que tem de bonito. Paga caro no lustre, um lustre cinquenta, sessenta mil reais, porque é lindo. Nossa, que lindo que tá a entrada do meu prédio, certo? E o que é saúde ali, seria o essencial, acaba sendo deixado de lado. Achando que esse serviço não é prioridade” pontua a especialista.
Desse modo, com a postergação das pessoas para tomarem cuidado com questões básicas importantes como a dedetização e limpeza, os problemas podem aparecer de forma mais grave, como surtos de doenças, por exemplo.
Descaso com limpeza e dedetização pode gerar doenças
Em suma, não deveria ser necessária uma lei para estimular as pessoas a fazerem a dedetização desses ambientes a cada seis meses, como no caso de Balneário Camboriú, mas, na ausência da atenção dessas pessoas, medidas como essas se fazem necessárias para evitar dor de cabeça. Evitar literalmente, pois Claudia narra um acontecimento que a chocou num atendimento:
“A síndica ligou e falou, preciso que vocês venham fazer a limpeza, façam a foto do antes e depois, filmem, porque três moradores estão com problema de pele e um capilar. De acordo com o laudo do médico foi por causa da água do condomínio. Quando a gente entrou pra fazer o serviço lá dentro, tinha barata, rato morto, a água fedia, tinha cheiro de podre. Isso é muito sério, é muito grave, acho que não deveria nem existir uma lei. Devia existir uma conscientização”.
Por fim, Claudia pontua que é necessária a mobilização de todos. Por ser uma questão sanitária, deve-se ter prioridade a isso, principalmente por parte dos gestores. Estar atento a questões básicas que podem influenciar no bem estar das pessoas é essencial, pois a saúde é nossa maior riqueza.
Para conferir a entrevista na íntegra, você pode acessar através da CondTV.
Uesley Durães | Redação Condomeeting