Primeiramente, cumpre esclarecer que o termo “síndico profissional” é aqui utilizado seguindo tendência de terminologia do mercado condominial. Tecnicamente, inexiste a figura de uma profissão regulamentada de síndico.

Sendo assim, o Código Civil trata todos os candidatos a síndico, internos ou externos, de igual forma. O que temos como síndicos profissionais são pessoas físicas ou jurídicas que dedicam seu propósito a estudar e atender condomínios em sua gestão executiva. Não como fonte de renda ou atividade complementar como ocorre no caso de quase unanimidade de síndicos moradores.

Bem como, o termo “profissional” para síndicos não proprietários surge em maior parte do fato dessas pessoas terem na gestão de condomínios sua principal ou única fonte de receitas. Em troca empregam seu tempo, dedicação e busca por conhecimentos.

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Aumento da demanda

A busca por esses profissionais aumentou muito, Principalmente durante a pandemia. Isso motivado sobremaneira pelo aumento da cobrança sobre o trabalho de gestão condominial, feito através de redes sociais e grupos de whatsapp do condomínio, e, também, para evitar o caminho tênue entre o síndico amigo vizinho se tornar um inimigo.

Dessa forma, a escolha por alguém profissional e imparcial, que provavelmente terá mais experiência na mediação de conflitos entre vizinhos, se torna a decisão mais comum.

O síndico profissional, pela experiência vivida em outros empreendimentos, possuirá maior tato e agilidade para lidar com situações adversas da administração do condomínio, negociar e fiscalizar prestadores de serviços, mediar conflitos entre moradores.

Natural que se argumente que o síndico morador, por residir e utilizar estruturas, terá mais condições de atender às demandas. Mas será inteira verdade? O síndico morador utiliza todas as áreas do condomínio? Pense em um condomínio clube, o síndico usa costumeiramente os salões? Tudo isso além de seu emprego e as funções de síndico.

Provavelmente não. Logo, é a soma de experiências e feedbacks de todos os usuários que permitirá o planejamento e cuidado. Nessa linha, a análise e ajustes serão mais precisos se feitos por um profissional.

Disponibilidade

Outro aspecto que coloca-se na balança sobre síndico é a disponibilidade, a princípio, maior do morador. No entanto, na maioria dos casos, o morador tem seu emprego ou fonte de renda principal. E essa será sua prioridade. Não raro impedindo-o de se deslocar para o condomínio em uma situação de emergência. Mesmo em horários não comerciais, o morador tem seus compromissos sociais e não estará 24h à disposição do Condomínio. Nada mais justo, pois merece descanso e companhia da família. 

Por outro lado, se o síndico profissional for de uma empresa estruturada,  haverá plantão 24h para emergências. Podendo contar com profissionais de reserva no caso de indisponibilidade do gestor principal.

E, por fim, no aspecto de responsabilidade, tanto o morador como o profissional possuem a mesma obrigação. No entanto, o profissional também terá como ponto de atenção sua imagem no mercado a médio e longo prazo. 

Por tudo acima, cada vez mais condomínios migram sua gestão para um modelo profissional, principalmente realizado por empresas especializadas. 

Maicon Guedes – Advogado, mestre em direito, síndico profissional, CEO da Informma Síndicos