Neste artigo, detalharemos a fase de diagnóstico e planejamento da gestão dos resíduos sólidos no condomínio, de extrema importância para o sucesso da implantação e funcionamento adequado.
A geração de resíduos sólidos urbanos nas residências brasileira registrou queda de 1%, em 2022, com 81,8 milhões ton/ano e média de 1,043 kg/hab/dia. Os dados inéditos são do Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2022, uma publicação anual da ABRELPE – Associação Brasileiras de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais.
Os gestores condominiais e os condôminos precisam ficar atentos em relação à gestão de resíduos sólidos produzidos. Pois, sem a documentação apropriada desses processos da gestão de resíduos sólidos, os condomínios podem sofrer com altos custos de destinação. Bem como, desorganização dos resíduos e inconformidade e ausência de documentos, que podem levar a sérias penalizações e pagamento de multas altíssimas do poder público.
Por isso, é necessário a elaboração de um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) específico para esse fim e criar um planejamento. Para isso, é necessário estudar desde o tipo de resíduos gerados até a destinação final.
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O que é o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos?
O PGRS, ou Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, é um documento que pode evitar esses problemas. Ele é um documento técnico que deve ser elaborado de forma personalizada para cada empresa e deve conter as seguintes informações:
- os tipos de resíduos gerados;
- as quantidades;
- as formas adequadas de manejo em todas as etapas: acondicionamento, separação, armazenamento, coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação final dos resíduos recicláveis e disposição final dos rejeitos que tem como fazer aproveitamento no caso dos rejeitos.
Desse modo, ele é o documento que pensa toda a logística de manejo e descarte corretos dos resíduos, até a comercialização dos recicláveis podendo gerar renda para o próprio condomínio.
Quem deve ter o PGRS?
O PGRS deve ser elaborado à nível Federal, Estadual e Municipal. Em muitas cidades faz parte do processo de obtenção de Licença Ambiental obrigatória para alguns empreendimentos, considerados grandes geradores de acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS. Os condomínios residenciais e comerciais fazem parte das atividades passíveis de obrigatoriedade de Elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos.
A Norma Regulamentadora Brasileira – NRB 10004 de 2004 classifica os tipos de resíduos sólidos em duas categorias:
- Classe I – resíduos perigosos: corrosivos, inflamáveis, tóxicos, patogênicos e reativos;
- Classe II – resíduos não perigosos: solúvel em água, biodegradável e não há reações químicas.
Essa classificação dos resíduos ajuda a definir os elementos químicos, físicos e biológicos nas amostragens, além de informações qualitativas e quantitativas. A partir destas informações, serão feitas análises que vão definir o destino de cada material dentro das etapas citadas mais acima.
Então, os responsáveis pela implantação do PGRS têm por obrigação apresentar informações detalhadas sobre os processos de implementação e operacionalização do plano, além de fazer uma atualização anual.
A ausência da gestão de resíduos em um condomínio pode diminuir o valor de aluguel de um imóvel e torná-lo menos atrativo para potenciais investidores. É importante destacar que os consumidores estão cada vez mais exigentes quanto às práticas sustentáveis.
Valorização do imóvel
Portanto, condomínios que se adequam às normas ambientais se sobressaem no mercado imobiliário, evitando prejuízos financeiros e ambientais. Ganha qualidade ambiental na área externa e interna do condomínio e ainda há a opção de comercialização dos materiais recicláveis. Podendo gerar ainda, renda para manutenção do próprio sistema de gestão de resíduos do condomínio.
Além disso, gera conexão e sensibilização ambiental entre os moradores, ao tornarem mais participativos durante o processo de planejamento e diagnóstico dos resíduos gerados pelos condôminos.
Após a implantação do PGRS e as ações da educação ambiental, não se pode esquecer de realizar sempre uma atualização do Plano de Gerenciamento dos Resíduos.
Por fim, procure uma empresa de Consultoria Ambiental ou um Engenheiro Ambiental para realizar o planejamento adequado dos resíduos do seu condomínio.
Kamila Barros | Engenheira Ambiental