Com certeza as lições pós pandemia serão muito mais do que continuar usando álcool em gel e máscaras para se proteger. Não tem como falar em novos planos sem pensar na mudança de comportamento das pessoas daqui para frente. Essa crise ensinou as pessoas a serem mais humanas e solidárias cada um com cicatrizes maiores ou menores e mais tolerantes.
Para o economista Gabriel Karpat, “as pessoas estão mais solidárias, introspectivas, vivendo em família dentro de suas casas, entendendo que apesar da edificação ser fria, ali vivem família que dão vida ao lugar e fazem suas histórias ali. E o gestor precisa fazer um link entre a administração, o financeiro e a solidariedade, que é o que vai prosperar no futuro.
O síndico precisa se preocupar além do capital e trabalho, mas no bem-estar de toda a comunidade. Planejar o condomínio para não colapsar, mas passar a entender qual o desejo da coletividade. Gabriel comentou sobre “as falhas dos síndicos em querer padronizar a gestão condominial. Mas antes ele precisa saber sobre a capacidade financeira e necessidades daquele condomínio”.
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Os síndicos que não estão conseguindo lidar com essa pandemia são aqueles que não tinham um plano de gestão bem preparado. Mas aqueles síndicos que planejaram e com condomínios eficientes financeiramente, vão sobreviver e serão os síndicos do futuro.
Já aquele sem capacidade financeira, sem fundo de reserva, sem manutenção preventiva e aonde cortar os gastos, esses cairão fora nas próximas eleições, sendo substituídos por uma nova geração de síndicos preparados.
Gabriel Karpat explica que “tem síndicos que ligam querendo renunciar diante do caos, pela falta de inteligência emocional para lidar com a crise”.
Distanciamento e as questões de segurança
Quando que no passado um síndico se preocupava com a saúde dos seus colaboradores, como ele vem trabalhar, se está alimentado? Hoje eles se preocupam porque eles podem ser transportar do vírus e ainda levar para sua família.
A visão se ampliou e a preocupação com a saúde do outro está em alta, principalmente nos condomínios onde existe a circulação de muitas pessoas.
Cuidados que vão desde se a pessoa está usando luvas, máscaras, produtos corretos etc. Hoje valorizamos e sabemos como é importante o faxineiro, o zelador, o porteiro, o gerente no quadro geral do condomínio.
A mudança comportamental depende de cada um de nós. A gestão condominial não é feita de grandes projetos e obras, mas sim um planejamento consciente e contínuo a médio e a longo prazo. Até 2030 a estimativa é que 90% da população vai morar em condomínios. Hoje sabemos que existem condomínios que são minicidades onde o síndico atua como um prefeito mesmo.
Por mais que existam novas legislações inclusive algumas tramitando na Câmara, os síndicos devem focar na sua gestão e decisões, pois segundo Gabriel Karpat, “o que não se pode medir não pode ser gerenciado. Por isso o síndico precisa de um plano global e de contingência para por exemplo, administrar corretamente seus condomínios nessa época de pandemia, sem a interferência do judiciário”.
Quando não existe uma junção, um plano de curto, médio e longo prazo, as pessoas ticam atrapalhadas. E o condomínio é uma sociedade, onde o síndico deve trabalhar em conjunto com o Conselho e com os moradores.
Gabriel Karpat | Economista, especialista em mediação e arbitragem | Palestrante nacional especializado na área condominial