Como todos do mercado condominial têm conhecimento, o ramo da Sindicatura Profissional é um dos que mais crescem no País já que a tendência do mercado imobiliário é construir cada vez mais condomínios horizontais e verticais, sejam eles residenciais ou comerciais. 

Não é preciso dizer que os deveres e obrigações dos Síndicos aumentaram demasiadamente, sendo considerados minicidades, sujeitas não apenas às posturas legais, mas também a normas e regulamentos próprios aprovados pelos condôminos em Assembleias. Porém, quem tem deveres e obrigações também tem direitos e suas compensações, sendo que tanto os direitos quanto os deveres do Síndico frente à gestão do condomínio estão claramente descritos no Código Civil (artigo 1348).

O cargo do Síndico é eletivo, ou seja, há uma eleição para a escolha do profissional que será o representante dos condôminos. O fato do profissional pactuar com o Condomínio um Contrato de Prestação de Serviços não o torna um empregado, sujeito às normas celetistas. 

Não sendo o Síndico um empregado, não recebe salário, mas remuneração como forma de contraprestação dos serviços de Sindicatura Profissional prestado. 

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Ao tomar posse, o Síndico deve exercer o seu mandato com independência, lisura e eficiência. Porém, em caso de desagrado do morador com a conduta do seu representante, ele pode manifestar sua opinião dentro dos limites legais. O que significa dizer que o Síndico não pode ser ofendido, ameaçado, agredido ou tratado como empregado, já que ele é em primeiro lugar, representante de quem o colocou lá e nunca subordinado que possam ser humilhado e destratado. Mas, nada impede que os Síndicos sejam elogiados e bem tratados! 

Mas se os riscos para a integridade física e moral dos Síndicos estão sempre presentes, por que então e cada vez mais os Condomínios estão contratando Síndicos Profissionais? 

Essa é a pergunta que parece ser desnecessária de se fazer, mas, que ainda assim não quer se calar! O senso comum diria que os Condomínios estão substituindo os Síndicos Orgânicos (Moradores) por Síndicos Profissionais, já que estes são capacitados e especializados na Gestão Administrativa, Legal e Operacional de um Condomínio. 

Mas, a experiência diária e prática revela que os Síndicos Orgânicos, por serem moradores do condomínio ficam sujeitos a pressões diretas e indevidas 24 horas do dia, enquanto que os Síndicos Profissionais, ainda que não morem no condomínio, mas ainda assim sofram pressões indevidas, não são obrigados a serem o saco de pancadas ou sparring dos moradores e conselheiros as 24 horas do dia!     

Como resolver de fato e de direito essa situação anormal, típica e conflituosa?

 Em primeiro lugar o Síndico deve ser bem remunerado e não aceitar receber o mesmo ou menos do que o Gerente ou Zelador de Condomínio. Em segundo lugar o Síndico deve manter uma postura firme, honesta e serena na gestão administrativa e operacional, buscando resolver com eficiência e rapidez os problemas diários, sem se esquecer de que seus subordinados o encaram como exemplo.  Por isso ser subserviente, negligente ou omisso o fará perder a liderança e a confiança de seus subordinados, e isso se refletirá na massa condominial. 

Mas como o Síndico poderá adquirir a confiança, o respeito e a colaboração dos moradores e dos conselheiros?

 Com uma boa e honesta gestão, com rapidez na resposta a todo o tipo de questionamento, com educação, firmeza e igualdade no trato com os moradores, com ética e moral nas relações internas, e através de comunicados e campanhas de conscientização internas.

 E quando surgirem urgências e emergências ele deve ser o primeiro a saber e a tomar as providências iniciais para minimizar prejuízos e perdas. Porém que nenhum Síndico pense que é o Salvador da Pátria ou o Messias, já que isso é desnecessário e impossível, e quem se arriscar será sacrificado como o “bode expiatório”. Por isso o Síndico que efetivamente não deseja ser sacrificado deve obrigatoriamente se valorizar e valorizar ainda mais a categoria profissional a que pertence – esse é uma das ideias que ele deve ter em mente! 

Se o Mercado Condominial não para de crescer, há Condomínios sendo entregues pelas Construtoras em uma velocidade nunca antes vista e outros ainda estão no forno; se o cargo é eletivo e vencerá o candidato Síndico que mais de adequar aos anseios da massa condominial; por que será que os Síndicos ainda se veem como Concorrentes e Inimigos? 

Para a régua da Sindicatura Profissional subir, aumentar o reconhecimento da profissão, e as remunerações serem compatíveis com a responsabilidade e o papel desempenhados, imprescindível a União desses profissionais que não podem se enxergar como Inimigos, mas parceiros de jornada de evolução de um mercado promissor e não de um mercado promiscuo, desvalorizado e ingrato. 

Meu convite é trazer reflexão para a máxima de que os Síndicos não são e não devem ser inimigos uns dos outros.

Vamos nos Unir. Valorizar a profissão que escolhemos seguir. Juntos sempre seremos mais fortes!

VANESSA GANTMANIS MUNIS