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Engenharia e Manutenções

Manual do proprietário das áreas comuns do Condomínio

O Manual do Proprietário das áreas comuns é o documento que “liga” a obra à operação do condomínio. Ele organiza informações técnicas, garantias, rotinas de manutenção preventiva e responsabilidades de todos os envolvidos.

Portanto, para aprofundar o tema, conversamos com Ellen Stefania Viera, engenheira especializada na elaboração de manuais de entrega para áreas comuns.

Primeiramente, Elis já destacada: “Manual não é um PDF qualquer. Ele nasce de normas, vem com as built, inventário de equipamentos, notas fiscais e orienta o uso, limpeza, operação e manutenção do condomínio”.

O que é (de fato) o Manual das Áreas Comuns

Em linguagem simples, o manual reúne como o empreendimento foi entregue e como deve ser mantido. Ele traz mapa de sistemas (hidráulica, elétrica, SPDA, combate a incêndio, automação), procedimentos operacionais, contatos de assistência técnica, prazos de garantia e evidências de conformidade (laudos, certificados, licenças).

Assim, esse dossiê dá previsibilidade ao síndico, reduz custos de correção e fortalece o condomínio juridicamente.

“A manutenção preventiva é obrigação do condomínio; a assistência técnica é obrigação da construtora. Um não substitui o outro”, lembra a engenheira.

As normas ABNT que estruturam o manual

Três normas são a espinha dorsal do conteúdo:

O que deve acompanhar o manual na entrega

Além do volume principal (uso, operação, garantias), o pacote de entrega inclui o Manual de Anexos com dados técnicos e documentação comprobatória. Segundo a especialista, os itens críticos são:

“A construtora é corresponsável por equipamentos que entrega. Por isso, manual e nota fiscal de cada item precisam estar no dossiê”, reforça Elis.

Garantias: sistema x produto e o papel da manutenção

As garantias de sistemas seguem as janelas usuais previstas nas normas (1, 3 ou 5 anos, conforme o caso). Já produtos específicos podem ter garantias estendidas do fabricante (tintas, revestimentos, esquadrias, luminárias, bombas). Em ambos, há uma condição comum: cumprir o plano de manutenção.

“Sem evidência de manutenção, a garantia perde força. Dessa forma, com registros e checklists assinados, o condomínio protege o caixa e o patrimônio”, diz a engenheira.

Como o síndico transforma o manual em economia

O manual serve para padronizar rotinas e evitar emergências — as vilãs do orçamento. Rotinas típicas incluem limpeza de caixas d’água (semestral), manutenção de VDRs (conforme manual do fabricante e plano), inspeções de fachada e rejuntes, testes de bombas/geradores, elevadores, SPDA e sistemas de incêndio. Tudo registrado com OS, relatórios, fotos e ART/RRT.

“Ou seja, quando manual e manutenção caminham juntos, o prédio dura mais, dá menos problema e a taxa condominial fica sob controle”, resume Elis.

Dicas para um bom Manual

Vistoria de entrega

A vistoria não é caça a defeito — é verificação normatizada. O roteiro recomendado é por ambiente (sentido horário): piso → rodapé → paredes → teto, mais funcionamento de aberturas, pressões/caimentos, elétrica e exaustão. O que for encontrado vira registro com fotos e segue para assistência técnica dentro do fluxo definido.

“Tolerâncias existem porque parte do processo é artesanal. O ponto é medir com critérios de norma e documentar corretamente”, afirma a especialista.

Riscos de ignorar o manual (e como evitá-los)

Dois problemas são recorrentes quando o manual “fica na gaveta”: patologias e passivos legais. Sem renovação de licenças e sem manutenção, o condomínio se expõe a multas/interdições e a custos elevados de correção. Em fachadas, por exemplo, rejuntes vencidos permitem percolação de água, corroem elementos e encurtam a vida útil.

“A primeira pergunta de um perito é: cadê as evidências de manutenção? Esse detalhe muda totalmente o desfecho técnico e jurídico”, alerta Elis.

Conclusão

Em conclusão, o Manual do Proprietário das áreas comuns é o manual de voo do condomínio: dá previsibilidade, reduz sinistros, preserva garantias e valoriza o ativo. Com ele em mãos, o síndico tem processo, calendário e prova de que fez sua parte — e o condomínio colhe segurança e economia.

Por fim, manual, anexos e manutenção formam um tripé. Quando um falha, o custo aparece. Então, quando os três funcionam, o condomínio fica seguro e eficiente.

Lanume Weiss

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