Você já pensou em reformar seu imóvel com soluções sustentáveis, economizar água, luz, reduzir lixo e ainda aumentar o conforto da sua casa ou condomínio? A resposta é sim, é possível — e pode ser mais acessível do que parece.
Conversamos com o casal André Klabunde (engenheiro ambiental) e Heloísa Klabunde (engenheira eletricista), da empresa Holista, referência em sustentabilidade prática. Eles moram em uma casa sustentável em Brusque (SC) construída com materiais reaproveitados e compartilham sua trajetória com soluções que vão da energia solar à compostagem, passando por cisternas, biodigestores, ventilação cruzada e muito mais.
Sustentabilidade começa no planejamento
A jornada do casal começou ainda na universidade, quando decidiram que sua futura casa não seria comum. Ela deveria, então, refletir os valores ambientais que viviam no dia a dia.
“A gente fez um ano de observação do terreno antes de construir. Estudamos a posição do sol, vento, chuvas e pensamos em tudo: conforto térmico, ventilação natural e reaproveitamento de materiais”, explica André.
Hoje, a casa é um exemplo vivo de bioconstrução, conforto e eficiência energética, com aproveitamento de água da chuva, iluminação natural em todos os cômodos e ambientes pensados para reduzir o uso de ar-condicionado e iluminação elétrica.
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Como aplicar sustentabilidade em reformas e condomínios
A sustentabilidade não está restrita a obras novas — pode (e deve) ser aplicada também em reformas. Entre as soluções acessíveis que a Holista oferece para residências, empresas e condomínios, estão:
- Cisternas modulares com filtro inteligente para reaproveitamento da água da chuva;
- Energia solar fotovoltaica, com análise da demanda elétrica e projeto personalizado;
- Biodigestores e saneamento ecológico, que tratam o esgoto localmente e reduzem custos de manutenção;
- Compostagem doméstica ou industrial para resíduos orgânicos;
- Materiais reciclados ou de demolição, como tijolos e madeira de lei;
- Equipamentos de baixo consumo energético e iluminação natural planejada.
“A reforma sustentável começa pela dor do cliente. Visitamos o local, fazemos o diagnóstico e indicamos então o que é viável técnica e economicamente. Ou seja, cada projeto é único”, conta Heloísa.
Soluções sustentáveis aplicáveis também em condomínios
A Holista já atuou com diversos projetos em condomínios residenciais e comerciais, ajudando assim síndicos e administradoras a implantarem sistemas de:
- Captação e uso inteligente da água da chuva para lavagem de áreas comuns e jardins;
- Gestão de resíduos orgânicos, reduzindo volume e custo com lixo;
- Tratamento de esgoto com biodigestores, evitando infiltrações e riscos à saúde;
- Redução de consumo de energia com retrofit elétrico e painéis solares.
“Já atendemos edifícios de alto padrão enfrentando problemas sérios com fossa séptica. A solução mais barata nem sempre é a mais eficiente. Às vezes, investir em tecnologia evita dores de cabeça e gera economia no longo prazo”, explica André.
Sustentabilidade é economia, não luxo
Engana-se quem pensa que sustentabilidade é cara. Além da economia gerada mês a mês com água e energia, muitos bancos oferecem linhas de financiamento específicas para reformas sustentáveis. Portanto, segundo Heloísa, “a tecnologia está acessível e os incentivos estão crescendo.”
Além disso, práticas sustentáveis valorizam o imóvel e aumentam a vida útil de sistemas, como encanamento, rede elétrica e estrutura do prédio.
Energia solar e retrofit
Com a popularização dos carregadores de veículos elétricos, piscinas aquecidas e equipamentos de alto consumo, muitos condomínios estão chegando ao limite da capacidade elétrica instalada.
“É essencial avaliar a carga disponível antes de instalar novas tecnologias. Afinal, a análise correta evita sobrecargas, quedas e riscos à segurança”, reforça Heloísa.
Por isso, o retrofit elétrico e a geração própria de energia são temas cada vez mais presentes nas assembleias de condomínio.
Manual prático para construções sustentáveis
Durante sua graduação, André desenvolveu um manual de práticas sustentáveis com base em certificações como o LEED. O objetivo era mostrar que não é necessário certificação formal para aplicar medidas eficazes.
“Cada item da construção pode ganhar um ponto sustentável, desde a ventilação cruzada até a escolha de eletrodomésticos eficientes”, explica.
Ou seja, esse manual serve de referência para construtoras, arquitetos e síndicos que querem implantar ações sustentáveis de forma gradual e estratégica.
Showroom e casa-modelo abertos ao público
Por fim, o casal mantém uma casa-showroom em Brusque, aberta para visitas técnicas e educativas. Assim, estudantes, arquitetos e interessados podem conhecer de perto as soluções aplicadas, entender os custos e ver como a sustentabilidade funciona na prática.
“Quando as pessoas veem de perto, percebem que é possível. Por isso, nosso objetivo é mostrar que viver de forma mais consciente é viável e acessível”, finaliza Heloísa.

