A arquitetura é poderosa. Por exemplo, você lembra de algum lugar que tenha ido e percebido uma sensação de paz, um cheiro bom ou um certo conforto inexplicável?

Arquitetos e profissionais de diversas áreas trabalham incessantemente para aprimorar a interação do ser humano com o ambiente físico que está inserido.

É a partir do estímulo de diversos sentidos que se iniciam estes estudos. Ou seja, pelo conceito de sinestesia na arquitetura mostra como ambientes bem estudados e projetados são capazes de transformar a experiência do cliente de forma drástica.

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Mas o que é sinestesia?

É uma condição do nosso cérebro, um fenômeno neurológico que consiste na produção de duas sensações de natureza diferente por um único estímulo.

Por exemplo: ao escutar um certo som, seu cérebro associa automaticamente aquele barulho com um cheiro específico. Dessa forma, além da audição, o olfato também está sendo estimulado.

Portanto, todas as sensações, estímulos, imagens e cheiros são criados a partir do próprio cérebro.

Além disso, o cérebro de uma pessoa si- nestésica consegue reproduzir tudo isso vividamente.

E dessa forma a sinestesia na arquitetura promete reproduzir essas sensações incríveis na vida de qualquer pessoa.

Arquitetura é mais que estética

Com o passar dos anos, a arquitetura deixou de se preocupar apenas com a estética, e assim a interação do usuário com o ambiente se tornou prioridade.

Exemplos de como trabalhar os sentidos

Audição: Uma aplicação que vem sendo feita cada vez mais em projetos é a do som em locais estratégicos. Sons têm a capacidade de relaxar muito uma pessoa.

Olfato: O cheiro de um ambiente é uma das primeiras características percebidas por alguém, sendo um dos elementos responsáveis por mudar por completo a percepção que você tem daquele lugar.

Tato: O toque é essencial para promover uma sensação de conforto. Pensando nisso, a escolha dos materiais é essencial para que se sinta “nas nuvens”, e é através de texturas muito salientes aos olhos que este item consegue ter um bom resultado. Como por exemplo tecidos, texturas das paredes, dos pisos, superfícies, etc.

Visão: com uma estética agradável aos olhos. Objetos que têm características semelhantes tendem a se agrupar visualmente, mesmo que não estejam próximos entre si. Assim, as características podem ser de forma, textura, cor, etc.

Outros sentidos para explorar

Fechamento: Essa lei é definida pela capacidade do nosso cérebro de assimilar formas, espaços e contornos que não existem.

Pregnância: Ela é considerada como a facilidade que uma imagem tem de ser compreendida pelo cérebro. Quanto maior a pregnância da imagem, mais facilmente ela será percebida por nós.

Proximidade: O cérebro humano tem uma tendência de agrupar as formas que estão próximas entre si. Quando os elementos de uma imagem estão seguindo um padrão, ou seja, sendo harmônicos do início ao fim, ele tem uma boa continuidade.

Segregação: É a capacidade que o cérebro tem de perceber, identificar e separar informações dentro de uma única composição. Sendo assim, informação demais não dá certo, então, saiba posicionar estrategicamente cada um dos elementos do seu projeto, para que todos os ambientes estejam em equilíbrio.

Unificação: A unificação é definida como a harmonia existente nas imagens, formas e objetos. Quanto melhor ela for, mais o nosso cérebro vai assimilar aquela forma.

Fernanda Viale Machado - Arquitetura e os 5 sentidos

Fernanda Viale Machado | Arquiteta

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