A presença do gestor condominial antes mesmo da entrega de um empreendimento é uma tendência que vem ganhando força no mercado imobiliário.

De acordo com o gestor condominial Ricardo Spindola, com mais de 20 anos de experiência em Balneário Camboriú, incluir esse profissional ainda na fase de projeto é um diferencial que garante eficiência, economia e qualidade de vida aos futuros moradores.

Planejamento que evita erros e custos futuros

“Grande parte dos problemas de um condomínio nasce na prancheta”, explica Ricardo. Segundo ele, quando o gestor participa desde a concepção do projeto, é possível antecipar falhas operacionais, otimizar espaços técnicos e evitar gastos desnecessários com adaptações pós-entrega.

“Hoje o foco do mercado ainda está em vender, em encantar o cliente. Mas o condomínio é uma empresa, e precisa ser pensado como tal. Cada erro de projeto acaba refletindo no bolso do morador depois”, destaca o especialista.

Um exemplo prático está nas áreas de apoio e limpeza (DMLs). Segundo Ricardo, é comum que empreendimentos de alto padrão não contem com esses espaços dimensionados adequadamente, o que aumenta o tempo e o custo operacional. “O deslocamento das equipes por longas distâncias ou a falta de espaço adequado para guardar materiais de limpeza gera desperdício de tempo e desgaste desnecessário”, explica.

Gestão inteligente e sustentabilidade financeira

Ao ser inserido no processo construtivo, o gestor contribui para a eficiência financeira e operacional do futuro condomínio. Um bom planejamento reduz custos fixos, melhora o fluxo de trabalho e evita improvisos. “Só em ajustes de áreas técnicas, por exemplo, já conseguimos reduzir em até 40% o custo operacional anual”, afirma Spindler.

Além disso, ele também destaca o impacto da definição correta da portaria. Segundo o gestor, uma portaria física pode representar até 24% do custo fixo mensal de um condomínio. Se a construtora planejar isso com antecedência, pode optar por modelos mais sustentáveis, como o acesso remoto ou híbrido, sem perder segurança.

O papel das certificações

Outro ponto abordado pelo gestor é a importância das certificações de sustentabilidade e bem-estar, como o selo WELL. “Esses selos não servem apenas para marketing. Eles melhoram as condições de trabalho dos colaboradores e aumentam a satisfação dos moradores. Um colaborador bem treinado e valorizado entrega mais qualidade e reduz a dependência de serviços terceirizados”, diz Ricardo.

De acordo com ele, treinamentos e investimentos em infraestrutura trazem retornos reais. Por exemplo, um condomínio economizou R$ 15 mil por ano apenas com a higienização interna de estofados, após investir R$ 8 mil em equipamentos e capacitação. É um ganho direto e contínuo.

O futuro da construção é colaborativo

Por fim, para Ricardo, o futuro da construção civil passa por uma integração cada vez maior entre construtoras, arquitetos e gestores condominiais. “O gestor é quem vai viver o condomínio depois. Ele entende a operação, os fluxos, a rotina. Se ele é ouvido antes, todos ganham: construtora, síndico e morador.”

Em conclusão, todo erro de projeto impacta o bolso do morador. Por isso, planejar bem é garantir economia, conforto e valorização. O gestor condominial deve ser visto como parte do time desde o primeiro traço do empreendimento.

Lanume Weiss
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