O Selo Real representa uma evolução no modo de projetar e ocupar edifícios, indo além da sustentabilidade tradicional. Em vez de focar apenas em eficiência energética e redução de recursos, o Selo Real prioriza a qualidade de vida e a produtividade das pessoas que moram ou trabalham no imóvel.
Conforme explicam Thomas Fischer, CEO da Construtora Fischer e vice-presidente do Sinduscon, e Aline E. Boiter, engenheira civil e gestora de projetos na Pettinel, o grande diferencial é a ênfase na performance humana, avaliada por meio de testes práticos.
O que diferencia o Selo Real de outras certificações?
A maioria das certificações, como LEED e AQUA, concentra-se em fatores como consumo de água e energia. O Selo Real, por sua vez, inclui testes de qualidade do ar, nível de ruído, iluminação, conforto térmico e até nutrição dos usuários. Para conquistar o selo, não basta ter um bom projeto: é necessário demonstrar, na prática, que o ambiente promove saúde e bem-estar.
Por isso, a preocupação vai além dos moradores. Os colaboradores que atuam diariamente no condomínio também devem contar com espaços adequados para descanso e alimentação.
Thomas destaca que isso inclui vestiários, áreas de lazer planejadas e incentivos a práticas saudáveis, como bicicletários bem localizados. “Tudo isso é validado por testes de performance e pela forma como as pessoas interagem com o espaço”, pontua.
Segundo Aline, o Selo Real se divide em 10 categorias, cobrindo aspectos que vão da ventilação e iluminação até nutrição e políticas operacionais. Se no LEED basta fornecer um projeto, no Selo Real há medições e amostras reais para avaliar a qualidade do ar ou da água, por exemplo. “Esses testes garantem que o edifício não só prometa, mas de fato ofereça condições ideais para quem o utiliza”, explica a engenheira.
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Benefícios para o mercado imobiliário
Residenciais e edifícios comerciais certificados tendem a valorizar seu valor de mercado, pois oferecem diferenciais tangíveis ao usuário final, como ambientes confortáveis e saudáveis.
“Embora o investimento inicial possa ser maior, o retorno vem na forma de melhor qualidade de vida, maior produtividade e economia operacional a longo prazo”, pontua Thomas.
Na região de Balneário Camboriú, algumas construtoras já adotam soluções alinhadas ao Selo Real, investindo em infraestrutura e processos que priorizam o bem-estar.
Aline reforça que esse pioneirismo, ainda que desafiador, eleva o padrão da construção civil local. “Os requisitos do Selo Real podem se integrar a outras certificações, gerando uma abordagem mais completa e robusta para a saúde do planeta e das pessoas”, conclui.
Um novo paradigma na construção
A consolidação do Selo Real sinaliza que não basta ser sustentável: é essencial oferecer conforto, segurança e bem-estar em todas as etapas do dia a dia.
Portanto, testes de ruído, controle de poluentes e incentivo à boa alimentação são exemplos práticos de como a construção civil pode impactar positivamente a vida das pessoas.
Por fim, esse selo representa uma tendência em crescimento, indicando um futuro no qual edificações não só preservam o meio ambiente, mas sobretudo promovem saúde e felicidade para seus usuários.

