Na noite desta quinta-feira (24), no plenário da Câmara de Vereadores de Balneário Camboriú, durante mais de três horas, representantes do Legislativo, gestores condominiais, empresários, líderes de ONG’s e moradores discutiram, ponto a ponto, as consequências sociais e urbanísticas do aumento de pessoas em situação de rua.
Lotada, a sessão, transmitida ao vivo pelos canais oficiais da Câmara, registrou centenas de espectadores simultâneos, demonstrando o interesse crescente da população por soluções práticas.
Presente na Audiência representando os síndicos da cidade, a presidente da ASBALC (Associação dos Síndicos de Balneário Camboriú), Sonia Novaes, pediu integração imediata entre setores, buscando mais segurança aos condomínios.
“O maior desafio hoje é preservar a dignidade de quem precisa de ajuda sem comprometer a segurança dos moradores. Notamos que condomínios que automatizaram suas lixeiras tiveram queda de 90% nas invasões”, explica Sonia. Mas para ela, ainda assim, falta patrulhamento preventivo nos horários de coleta.
“Não podemos esquecer do direito de ir e vir dos condôminos. Precisamos de centros de acolhimento eficientes, patrulhamento ostensivo e, ao mesmo tempo, incentivar condomínios a investir em lixeiras automatizadas e portões rápidos. A responsabilidade é coletiva e inadiável”, pontuou.
Ela defendeu a criação de uma comissão tripartite, entre Câmara de Vereadores, Prefeitura e ASBALC, capaz de formular respostas rápidas, que aliem assistência social e fortalecimento da segurança pública em relação as pessoas em situação de rua.
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Síndicos relatam “situação de caos” nas áreas comuns
O síndico profissional Emerson Eduardo Moraes descreveu um cenário de contêineres violados, invasões de lixeiras e abordagens constrangedoras. “Moradores já evitam sair à noite para descartar o lixo. Precisamos de ações, não de novos discursos”, alertou. Em seu condomínio, Emerson implantou uma lixeira automatizada para evitar que pessoas em situação de rua façam bagunça em frente ao condomínio.
Segundo a síndica Ilair Dagmar Tomazelli, a questão das lixeiras em Balneário Camboriú é desafiador. “Automatizar com controle de acesso e eletro-imã é uma solução, pois rasgam as sacolas deixando dejetos pelo chão, uma situação muito desagradável”.
Já a síndica profissional Giovana Menegatti conta que em seu condomínio adotaram senhas temporárias nas áreas de descarte e instalaram sensores de presença no hall de serviço. “Funcionou, mas é apenas um paliativo se não houver vagas em abrigos e fiscalização contínua.”
Propostas apresentadas na audiência
Em conjunto, Prefeitura, Câmara e ASBALC apresentaram algumas propostas para melhorar a situação e garantir segurança aos moradores:
- Automatização de contêineres com sensores, eletroímã e senhas individuais para coibir o vandalismo.
- Rondas da Guarda Municipal em horários críticos nas zonas residenciais centrais.
- Ampliação de vagas em abrigos e criação de programas de reinserção social.
- Linha de fomento a condomínios que implementem soluções sustentáveis de descarte de resíduos.
CONDOCASA reforça papel de articuladora
A equipe da CONDOCASA e Condomeeting esteve presente, apresentando cases de lixeiras “smart” que já reduziram em 100% as invasões em alguns edifícios-piloto. A empresa se colocou à disposição do Legislativo para testar a tecnologia em ruas estratégicas, gerando dados para o Plano Municipal de Limpeza Urbana.
Por fim, o presidente da Câmara, vereador Dilemerson Conrado, anunciou que as sugestões serão compiladas em relatório e votadas na Comissão de Segurança Urbana em até 30 dias. Se aprovadas, assim, servirão de base para projetos de lei e convênios com o Executivo.
Conclusão
Em conclusão, a audiência confirmou que Balneário Camboriú não aceitará mais paliativos. Dessa forma, ao lotar o plenário e bater recorde de audiência on-line, a sociedade enviou uma mensagem clara: sem união entre poder público, síndicos e entidades, ninguém dorme tranquilo — nem na rua, nem no condomínio.
Portanto, com a liderança da ASBALC e o suporte técnico da CONDOCASA, a cidade dá o primeiro passo para transformar indignação em políticas efetivas, equilibrando proteção social e valorização imobiliária.
