Recentemente, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que propõe o fim da distinção entre elevador social e de serviço em prédios e condomínios. A medida busca eliminar práticas interpretadas como discriminatórias, garantindo que todos os moradores e visitantes tenham o mesmo direito de uso dos equipamentos.
Embora a intenção positiva, é preciso tratar com cautela essa discussão… Pois, em muitos casos, essa distinção não está relacionada a preconceito, e sim à organização, segurança e preservação do patrimônio coletivo.
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Função de cada elevador
Em boa parte dos edifícios, o chamado “elevador de serviço” é estruturado de forma diferente. Ou seja, possui acabamento mais resistente, piso apropriado para transporte de materiais, móveis, ferramentas, animais de estimação e entregas, além de facilitar operações de manutenção e limpeza. Já o “elevador social” costuma ter acabamento mais delicado, voltado ao uso cotidiano dos moradores e visitantes, oferecendo conforto e melhor apresentação.
Unificar completamente o uso pode parecer um avanço simbólico, mas pode trazer problemas práticos. Aumento no desgaste, necessidade de reparos mais frequentes, congestionamento em horários de pico e até riscos de segurança durante mudanças e obras são consequências que precisam ser consideradas.
O que está em jogo, portanto, não é uma questão de status, mas sim de funcionalidade e conservação do patrimônio.
Modernizar os conceitos
Mais do que eliminar nomes, o foco deveria ser modernizar os conceitos. Podemos, por exemplo, substituir as antigas placas “social” e “serviço” por denominações neutras — como “Elevador A” e “Elevador B” —, mas manter regras de uso diferenciadas conforme a finalidade: transporte de pessoas, materiais ou cargas. Assim, evita-se qualquer conotação discriminatória, sem comprometer a logística e o bom funcionamento do condomínio.
Em resumo, é fundamental que o debate sobre os elevadores vá além da simbologia e considere também os aspectos técnicos e práticos da convivência em prédios. A igualdade deve ser um princípio — mas a eficiência e a conservação também são responsabilidades coletivas.
Manter a distinção funcional entre elevador social e de serviço, com comunicação moderna e sem discriminação, pode ser o equilíbrio ideal entre respeito, bom senso e gestão eficiente.
Gustavo Bonissoni | Síndico Profissional
