A violência, a agressão e perseguição contra síndicos em condomínios têm se tornado um tema de crescente preocupação.
Desde a pandemia, a convivência nos condomínios mudou significativamente, resultando em um aumento nos conflitos e, consequentemente, nas agressões direcionadas aos síndicos. Mas, como um síndico pode se proteger e lidar com essa situação?
O contexto atual
A pandemia trouxe uma série de mudanças na dinâmica dos condomínios. Pessoas que antes moravam em casas passaram a viver em apartamentos e muitos adotaram o home office, aumentando o tempo de convivência em ambientes compartilhados.
“Essas mudanças, somadas ao estresse e às dificuldades enfrentadas durante a pandemia, contribuíram para um aumento nos conflitos”, explica a advogada e síndica profissional, Fabiane Pamplona.
Os síndicos são frequentemente alvo de agressões verbais e físicas. Por exemplo, a falta de cumprimento das regras do condomínio, a convivência forçada e a frustração acumulada dos moradores são fatores que aumentam a tensão e as chances de conflitos.
Além disso, essas situações são agravadas quando o síndico tenta impor as normas do condomínio ou mediar conflitos entre moradores, conforme aponta Fabiane.
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Estratégias de prevenção e ação
Um dos primeiros passos para prevenir conflitos é conhecer bem o perfil dos moradores. Segundo a síndica profissional, em condomínios novos, onde as pessoas ainda não se conhecem, esse processo pode ser mais difícil, mas é crucial para identificar potenciais problemas e tomar medidas preventivas.
Bem como, manter uma comunicação clara e aberta com os moradores pode ajudar a reduzir os conflitos. “Utilize canais de comunicação eficazes, como reuniões periódicas e informativos, para manter todos informados sobre as regras e decisões do condomínio”, informa Fabiane.
A profissional ainda sugere evitar a criação de grupos de WhatsApp sem moderação, pois esses podem se tornar focos de conflito e mal-entendidos.
Ainda por cima, ter o suporte de um advogado especializado em direito condominial é fundamental. Em casos de agressões ou ameaças, é importante registrar boletins de ocorrência e, se necessário, buscar medidas judiciais.
Além disso, contar com uma assessoria profissional pode ajudar a lidar com situações complexas e a tomar decisões baseadas na legislação.
Mediação de conflitos
Desenvolver habilidades de mediação de conflitos é essencial para um síndico. “A formação em áreas como resolução de conflitos e inteligência emocional pode ser um diferencial importante para lidar com situações tensas e evitar que os problemas escalem”, pontua a advogada.
Em casos de ameaças físicas, a segurança pessoal do síndico deve ser prioridade. É recomendável evitar confrontos diretos e buscar sempre o apoio da polícia quando necessário. Por isso, em casos extremos, considerar a renúncia pode ser uma medida necessária para preservar a integridade física e emocional.
Relatos de experiência
Fabiane, por ser uma síndica profissional com vasta experiência, compartilha suas vivências em lidar com a violência nos condomínios. Ela ressalta a diferença entre assumir a gestão de condomínios já estabelecidos e novos empreendimentos.
“Nos condomínios novos, onde ninguém se conhece, os desafios são maiores. Existiram casos em que fui recebida com ameaças de morte e até com armas, situações que ilustram o nível de tensão que pode ser atingido”, compartilha.
Nestes casos, a síndica diz que a formação e a experiência são cruciais. Ela cita a importância de cursos de mediação de conflitos, além disso, a experiência acumulada ao longo dos anos ajuda a identificar rapidamente perfis problemáticos e a tomar medidas preventivas.
Em conclusão, a violência contra síndicos é um problema sério e crescente. Nesse sentido, adotar medidas preventivas, manter uma comunicação eficaz e contar com apoio legal e profissional são passos fundamentais para lidar com essa situação.
Por fim, os síndicos devem estar preparados para mediar conflitos e, em casos extremos, buscar a proteção legal para garantir sua segurança e bem-estar.