A vida em condomínio exige convivência, respeito e regras claras. No entanto, casos de agressões verbais, ameaças e até violência física contra síndicos e seus familiares vêm crescendo em todo o Brasil.
Esse cenário preocupante reforça a necessidade de falar sobre o tema, orientar a comunidade condominial e, principalmente, proteger quem atua nessa função tão desafiadora.
O síndico está desamparado?
Diferente de trabalhadores regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o síndico não é protegido por normas como a NR-1, que trata da saúde mental no ambiente corporativo. Ainda assim, a legislação brasileira garante seus direitos e ele não deve se calar diante de abusos.
Segundo a advogada Débora Camaroski, especialista em Direito Condominial, denunciar é essencial. “Se o síndico perceber perseguição, ameaças ou ataques, é fundamental registrar boletim de ocorrência e buscar auxílio jurídico”, afirma.
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Quando a crítica se torna crime?
É comum que o síndico receba reclamações. No entanto, é preciso saber diferenciar queixas legítimas de assédio, perseguição e violência moral. Um exemplo recorrente é o chamado “stalking condominial”, quando o morador invade a privacidade do gestor, envia mensagens fora de hora, pressiona com insistência ou o persegue nas redes sociais.
“Esse tipo de comportamento é crime previsto no Código Penal Brasileiro, com pena de 6 meses a 2 anos de detenção”, explica a advogada.
O que fazer em caso de agressão?
Seja uma ofensa, ameaça ou agressão física, o primeiro passo é não se calar. Veja o que o síndico pode fazer:
- Registrar boletim de ocorrência;
- Notificar o agressor oficialmente, com apoio jurídico;
- Informar a administradora e o conselho condominial;
- Buscar apoio psicológico, se necessário.
Além disso, a comunicação preventiva é uma aliada importante. “Informativos, circulares e campanhas educativas ajudam os moradores a entender os limites da convivência e os direitos e deveres de cada um”, pontua Débora.
Cuidar da saúde mental também é essencial
Com a rotina intensa, muitos síndicos enfrentam estresse, ansiedade e burnout. Ter acompanhamento psicológico e um bom suporte jurídico pode fazer toda a diferença para manter o equilíbrio emocional e lidar com os desafios da função.
Em conclusão, o condomínio é um reflexo da sociedade. Por isso, campanhas de conscientização sobre violência, saúde mental e empatia devem ser incentivadas por síndicos, administradoras, associações e moradores. Ou seja, respeitar quem administra é o primeiro passo para viver bem em comunidade.

